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20/07/2011

CONJURAÇÃO: AMAR!


CONJURAÇÃO: AMAR!


A razão, aspecto humano de Deus, revela-se por meio da ordem e da precaução, encontra os erros nas instâncias mais delicadas. Deus criou o mundo organizado, pois sabia que esta seria a única forma do homem compreendê-lo e compreender-se. O pensamento que é capaz de convencer por palavras ou gestos, contudo gerou e continua a gerar monstros, enfatiza-se pelo ato controlador das pessoas por se deixar levar por belos discursos e demonstrações de carinho e afeto tão comumente exigidos por outrem, outrora organizados e impelidos para que todos façam a mesma coisa, favorecendo o esquecimento, por vezes, de si mesmo. Vejamos quantos presentes são dados apenas pelo simples fato de ser comemorando uma data festiva, mesmo que as pessoas não tenham esta significância, mas por conveniência e acomodação continuamos sendo manipulamos e não agindo por nossa própria consciência, pois outros pensaram e impulsionaram que nós o fizéssemos hoje. Perdemos o real sentido do natal, do dia dos namorados, dia das mães, racionalizamos, construímos máquinas, construímos nós mesmos para simplesmente nos curvarmos e não sentirmos. Desta forma, a razão é utilizada para controlar as pessoas, retirando-as o único aspecto de compreensão que possui, esta que ocasiona tanto sofrer e perturbação ao ser humano.
O amor, a antítese da razão, característica divina do ser humano, negador de todos os seus aspectos da ordem manipuladora desta. O amor não é destruidor ou caótico, mas mecanismo de conversão capaz de retirar-nos da acomodação e da ação por conveniência. O amor não nos exige somente a consciência, mas nos exige por inteiro... sentimento, nome, sinônimo de Deus, um ser conjurador que traz uma nova visão, eliminando os preconceitos, os medos, em prol de uma nova ordem, esta ainda almejada, pois somente aqueles que realmente experimentam este “estar” é que o conhecem e, por meio deste conhecer, é que são livres. Livres para amar. Uma lei que refuta o que outrora fora ordenado, uma lei nova que somente coabita nos corações que não sofrem imposição de qualquer outra norma: preconceitos, egoísmos, orgulho, soberba... O amor é movido pela simplicidade, você se sente feliz tão somente por um olhar ou por um sorriso que desvelam o que há de mais puro no coração...
Qual seria a síntese? Derivada da relação contraditória do amor e da razão, do Eros e Psiqué? A ação derivada destes pensamentos é o ato de amar... Somente o amar pode ter a íntima relação entre o amor e a razão. O amor, substantivo, traz a substância que nos impulsiona à pessoa, nunca é escolha, mas é ocasionado; a razão nos faz observar a pessoa amada com suas virtudes e defeitos, o amor nos aproxima, faz-nos perceber a beleza existente mesmo com as limitações e fraquezas... O amar vai além com o seu nome, pois é diretamente transgressor de toda a ordem vigente, o amar é derivado da união racional do juramento de dois seres pelo amor, sejam os relacionamentos humanos ou do homem consigo mesmo ou com Deus... Expurgando toda divisão existente na própria humanidade. Desta relação existente é que podemos alcançar a felicidade, o único meio, caminho, via é a relação das pessoas, sejam entre si ou consigo mesma ou com Deus é que podemos alcançar a felicidade, pois esta não é algo individual ou isolada, mas coletiva. O amar, não exigente, mas exigido, necessário ao ser humano e até mesmo à divindade. Como diria o bom S. Agostinho: “Ama, e faze o que quiseres!”