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27/05/2011

SINCRONIA

SINCRONIA


A cada momento do dia uma nova esperança

de estar contigo, emergir uma dança.

Do amor, o lindo poema feliz

enxergando a inefável canção que tudo diz.


Amo um sonho jamais avistado.

No silêncio, estava eu a pensar

com o desejo não revelado:

o de cair nos braços do mar.


Do amor é o maior perigo

quando não experimentado

pelos apaixonados, afastado,

e ao amado, concatenado.


Não há um "quê", senão ousar.

Ousar perder, ousar ganhar.

Como no labirinto do desencontro

Ousar mais uma vez amar.

AMOR, A-MAR

AMOR, A-MAR


Nunca mais um olhar perdido darei,

de encontro ao seu sempre estará...


Como címbalo sonoro ouvirei

o único sussurro que enaltece o amar...


Em sonhar navegante sempre estive

velejante procurando encontrar...


A escolha efetiva absurda:

nenhuma razão, somente seu olhar...

SINESTESIA CASUAL

SINESTESIA CASUAL

Pelo desejo de um sabor

Em um voo na liberdade

Onde desejamos modificar

A utópica imagem da realidade


Querendo, mas não impondo:

A iminência de me permitir amar.

Valorizando a incerteza do momento

Para viver a eternidade sem tormento


Avistei um antigo som

Ou um gosto, nem bem sei,

Presenteou-me com o passado.

Na ausência do certo, mas nada pensei.


No toque sinestésico do acaso

Do anseio escondido no incerto

Pergunta-se: Há sentido na vida?

Se os sentidos levam ao engano.


Simplesmente no agir por amor

Uma vida livre como uma flor

Sendo levado por cada momento,

Um caso, pelo acaso, perdido no tempo.

ODISSÉIA

ODISSÉIA

Necessitamos buscar objetivos,
finalidades que talvez não se realizem.
Será isso sofrer prematuramente?
Justificar um presente não existente...

Vejo a lua querendo aparecer a mim,
e eu desejando que ela se desvelasse.
Nela se mostrando todo o esplendor
em um dia em que fui vencido pela dor...

Sozinho com minhas divagações,
a respeito daquele momento,
senti medo, medo do nada, do acaso.
no instante em que deixei-me ser guiado...

Já não mais havia estrelas para me guiar.
Existia somente dor, escuridão, trevas.
Assim me sentia cada vez mais só e abatido.
A cada instante que não havia decidido...

Por esperar o melhor momento,
Deixamos de agir, de seguir o caminho.
Escolhemos antecipadamente o silêncio
A ausência de uma palavra no tempo...

Mas por quê o medo de agir?
Qual o fruto de nossas ações?
O medo de fracassar, já não é uma derrota?
Deve-se seguir sem pensar em uma rota...

Resolvi me decidir, sem medo de agir.
Obedecer o coração é a melhor escolha.
Olhos naufragantes que lhe engrandecem
Mostram o meu amor e lhe perseguem...

Um naufrágio nunca antes encontrado,
Pois o viajante continua perseguindo
em busca de um acaso que se mostre constante
Para viver cada momento, cada instante...

Amar a vida, os amigos é o que possuo.
Aproveitar cada momento, pois é único.
Desvelando meu amor por cada ser,
Com suas individualidades jamais esquecer...

Vou seguindo, vou amando, vou vivendo
Na alegria contando com a presença
Do estar amando simplesmente por amar.
Somente desta forma, acharei meu lugar...

PERDÃO...

PERDÃO...

Pelos momentos

Que não soube

Lhe acolher

Quando precisou...


Pelo medo

Que diante de ti

Me consome

e me acorvadou...


Pela vaidade

de não querer errar

e o orgulho

que me enganou...


Pelas frases,

Que malditas,

Sem querer

Lhe desanimou...


Pelas vezes

Que lhe cobrei

Exaustivamente

E você me amou...

FRUTO

FRUTO


Sonhei, não sei se ontem ou hoje, mas sonhei. Uma utopia durante a incerteza do momento que se faz eterna em minha vida. Nestes momentos avistei meu futuro pelo passado, o sonho de um hoje na história que se fez presente pelo acaso. Novamente avistei sua face... se fazia presente a meu lado, assim como estivera em toda minha vida, até mesmo quando ausente... Mas não revi momentos, nem palavras, nem gestos, havia somente um belo campo pronto para ser trabalhado.

A princípio estranhei tal encenação, pois estava vazia, sofria da ausência de vida, de simplicidade, estava solitário. Aos poucos fora ficando belo, os ainda minúsculos sinais verdes de esperança das plantas começavam a rasgar aquele chão vermelho de terra até então a-batida. São plantas de várias espécies, nenhuma possui verossimilhança com a que está a seu lado, mesmo que saíssem da mesma região, sendo assim, pude notar a beleza da diversidade, cada parte do todo que forma o arado, sendo valorizada em sua individualidade e o todo sendo amado por suas partes.

O sol, que raiava, demonstrava esplendor naquele momento tão belo, mas não poderia ser egoísta ao ponto de almejar que lá ele permanecesse eternamente, pois se assim o fosse, logo as plantas secariam juntamente com a terra, se tornariam seres infrutíferos e logo morreriam... tão logo percebi a necessidade das chuvas, para que elas molhassem o campo, a vegetação, até mesmo a presença de seus raios triunfantes e seus trovões estrondosos para que juntamente com as gotas d'água que caem façam com que a vegetação torne-se rasteira, con-fundindo-se com a terra que agora tornara-se barro. Contudo, após estes momentos de dificuldade, tão logo a natureza volta a erguer-se e apreciam mais uma vez o sol, que a fascina, sendo que agora estão mais seguras, firmes neste solo, neste chão. Levantando-se o mais alto que podem para contemplar o tão fabuloso astro, que fornece vida; preparando-se cotidianamente para uma nova tempestade que volte a se apresentar, mas o Sol logo nasce, requer somente que estejam prontas para vê-lo.

Você se apresenta justamente nestes momentos de minha vida. Sabe me acolher, compreender e respeitar mesmo que nada diga ou manifeste; não sei como, mas sabe o exato momento de se manifestar. Nestes momentos em que os primeiros raios de sol começam a surgir em nossa face, devemos sempre estar dispostos em ajudar a arar o campo utilizando-se corretamente das ferramentas para acalmar o inquieto coração e fazer perceber o único valor importante: o verdadeiro amor; falo em verdadeiro, mas caio em redundância, pois sendo amor, já implica sua validade, mesmo que o coração não implique uma logicidade da vida, nem das palavras. Somente com você consigo ser quem realmente sou – sem atributos nem predicados – não há mais a existência de um eu, mas sim de nós, nesta possibilidade em que somos simplesmente nós mesmos e devemos amar e ser amados por isto. Somente do lado das pessoas que amamos conseguimos ser a simplicidade do humano... esquecemos o passado e o futuro, as dores e sofrimentos; esquecemos até mesmo o presente... Apenas sabemos que devemos viver e aproveitar cada instante e que este seja eterno em nossas vidas para tão logo vermos novamente o nascer do Sol...

SONHO DE JARDIM

SONHO DE JARDIM


Senti saudade de você. Lembrei-me dos bons momentos que passamos juntos. Passeávamos, pensávamos, cantávamos, sempre nós. Pessoas diferentes em um mundo tão comum... com o coração batendo aflito, aprisionado diante da incapacidade de me fazer diferente. Angústia, desespero pelo ato de esperar o incerto, o improvável: esperar um olhar correspondido, um beijo compartilhado. Na incerteza diante das decisões, temos nossos motivos para a escolha... arriscaremos lutar pelo que acreditamos ou escolheremos a opção menos dolorosa? Podemos, no entanto, escolher a menos dolorosa evitando sofrer, e, desta forma, estarmos sempre em fuga – fuga de nós mesmos. Como também, podemos obedecer o caminho que nosso coração indicar, este que só podemos traçar juntos, contudo, sei o único objetivo que ele nos apresenta: ser feliz.

A vida é feita de possibilidades, alternativas que não sabemos ao certo qual o melhor caminho a seguir. Sendo limitados por nossas fraquezas que nos exasperam a um único horizonte possível, onde seremos marcados pela eterna dúvida que nos desanima diante da impossibilidade do tentar. Mas por quê não tentar? Medo de não imaginar o inimaginável ou querer o impossível... tentativas são escolhas; escolhas, decisões... dentro de um mundo, onde a racionalidade invade o sentimento, onde belos poemas são objetos de orgulho para seu autor, onde o revelar o amor, cai em decadência, mas jamais deixei de revelá-lo a você.

Na busca do incerto, na eterna esperança de quem não me deixou razão para esperar, prefiro sonhar... contudo, um sonhar eterno como o de Ulisses que não descansou até chegar a Penélope, um sonho de edificação do nosso jardim onde caminhamos finalmente juntos. Tendo você a meu lado e eu sendo teu, cada vez mais notando seu olhar e seu sorriso. Sendo apenas nós mesmos, sendo duas crianças. Crianças que, simplesmente, obedecem o coração sem medo de errar; dando-se as mãos imaginando uma ciranda; cantando, mesmo que desafinados... sentindo-se, acima de tudo, livres; livres para amar.

LUA, A GRAVIDADE DO AMOR

LUA, A GRAVIDADE DO AMOR

Será que é normal se perguntar o motivo da lua sempre nos fascinar? Somos vítimas de poetas inspirados ou de sua encantadora beleza? Será que este fascínio também se assemelha a nós? Porque possuímos, como a lua, “fases”.

A física vem explicar-nos que, quando este “satélite” aproxima-se da terra, a relação de incidência gravitacional ocasiona um aumento da intensidade das ondas marítimas. Importante ressaltar que, a água é o elemento que dá a vida e é a que mais sofre alterações com o relacionamento destes corpos.

Lua, que tanto inspirou os amantes. Estes que em suas fases debruçam-se sobre a transcendência lunar. A aproximação destes dois corpos, o ser amante e o ser amado, o reflete no elemento que dele transborda vida, alegria, paz: o amor.

O amor intensifica a atração entre os amados. Para que possa existir esta realidade gravitacional, a realidade de atração, requer que ambos sejam amados; visto que não existe amante de um só. Tão pouco, pode-se cobrar uma intrínseca atração entre seres semelhantes, pois há a exigência natural que ambos sejam diferentes, a fim de que possam completar-se mutuamente. Este complemento ocorre por meio da doação. Um deve doar-se ao outro, para a felicidade do outro.

Tantos poetas, tantas leis, teorias que tentam apenas limitar o que poderia simbolizar a lua, que torna-se uma expressão de amor.

REENCONTRO

REENCONTRO


Chegado o momento do adeus, na tentativa de dizer-lhe o que guardara desde o primeiro momento que a vi. Tive medo de minhas frases, que poderiam soar como ofensivas para você, tão logo, resolvi calar-me. Com sua partida foram-se minhas palavras que se retiravam em sussurro. As palavras que quase em silêncio se iam embora, as mesmas que havia treinado intensamente, para o momento certo, mas que foram ditas quase que em silêncio com o seu adeus.

Você se foi, mas quem era eu sem você? Um alguém sem sentido. Um alguém que vive no mais completo absurdo, pois acabara de perder o que havia de mais precioso em minha vida e, nem ao menos tentei revelar aquele sentimento que por vezes se impulsionava em atos, mas que você jamais percebera. Achei que havia lhe traído por não haver lhe revelado o que realmente sentia.

Mas, conforme minha saudade aumentava, mais sentia necessidade de lhe esquecer para que meu sofrimento se extinguisse. Este sinal de fraqueza foi o que havia de pensado o mais urgente possível. Deste modo, haveria de tirar de minhas lembranças os momentos que caminhávamos juntos e eu ouvia intensamente o cantar dos pássaros, estes que por vezes me impediam de falar, de lhe revelar o que realmente sentia por você.

Tentei lhe esquecer, mas nestes momentos você me aparecia mais apaixonante! Nestes momentos que me lembrava de seus atos para comigo e que me deixavam de modo tranqüilizado, mesmo diante das loucuras e tormentos do dia-a-dia. Eu me reencontrava com você, portanto, havia encontrado novamente a minha razão, pelo menos em lembranças. Com você, mesmo apenas no imaginário, novamente contemplo sua beleza que jamais teria coragem de abandonar, tendo-a assim sempre a meu lado.

SILÊNCIO

SILÊNCIO

Quantas vezes, em diversos momentos, lhe dirigi meias palavras, frases incompletas, que entram em contradição pelo simples fato de não saber me expressar. Ao me deparar com seu olhar instável, procuro compreendê-lo, pois não sei se irá tratar-se de admiração pelas palavras assustadoras que foram ditas, as quais eram movidas por um sentimento inefável.
Ao perceber o avanço da indecisão, porém, esta que poderá ser entendida ao sentimento que sinto ou a você. Pois bem, digo, a você, pois não saberia como você poderia interpretar tais palavras que possivelmente encerrariam este momento.
Eu te amo. Mas digo-lhe ainda indeciso, já que sua interpretação irá depender de suas experiências. Ao afirma-lhe meu amor percebo espanto em sua face, gestos, ao certo nunca saberei nunca saberei a forma que você aderiu àquela frase que apenas limita o q sinto por você.
O amor, dependendo do seu entendimento, poderá passar a ser um sentimento interesseiro, o qual busca apenas o bem próprio. Se desta forma for interpretado, desculpe-me. Uma vez que minha atitude para com tão precioso sentimento espelharia não um problema, que exigiria resposta. Mas a resposta para os problemas.
Não posso expressar meus sentimentos por palavras, pois assim o direcionarei à limitação, posso apenas experimentá-lo. Mas fico inquieto por lhe ver e nada fazer, não possuir a audácia de tentar lhe fazer sorrir. Seu sorriso, seu sorriso me inspira contradição. Gera em mim, medo e coragem, dor e alegria, inquietação e calmaria. Sentimentos que acho que para você são imperceptíveis, pois me passo por ridículo ao tentar fazê-la sorrir.
Não direi mais que te amo, pois o medo me aflige. Não falarei, deixarei apenas que o silêncio e que ele possa fazer com que você um dia possa perceber meu amor...