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25/12/2011

Feliz Natal Secundístico!

Feliz Natal!

Hoje, dia de natal,
em um momento sereno
Deus se faz pequeno
revelando-se a nós...

O divino-humano
ou humano-divino
nascendo menino
trouxe-nos amor

Pregamos o Homem
no martírio da cruz,
não apagando a luz
que de Jesus provém.

O Cristo hoje agoniza
na pessoa do indigente
tratado, não como gente,
nem como outro ser.

Somente o amor,
nascente do coração
fornece a direção
que devemos seguir:

"Amar uns aos outros",
Assim Ele exclamou.
Eis o que nos restou:
A vivência no amor.

Feliz Natal!

Deus se faz menino para se revelar para nós, esvazia-se de toda opulência divina, fazendo-se barro, tornando-se criatura, para elevar a humanidade à condição de filhos do Deus, que acima de tudo ama. Deus revela-se em uma manjedoura..., em um "prato" de alimento para os animais, eis o cordeiro imolado para a salvação dos homens! Mesmo diante daquela condição da humanidade sendo desprezada e repudiada pelos seus seus advém o salvador, talvez seja isso o que ele veio nos mostrar, que sejamos simples, inclusive nossos laços de amizade, pois somente assim conhecemos nossos verdadeiros amigos, as pessoas que amamos, aquelas que são capazes de estar conosco em todos os momentos, serem humildes; terem, de fato, compaixão, sofrer com, alegrar-se com.

O Natal não é somente uma data no calendário cristão, pois ele se realiza todos os dias, quotidianamente o amor nasce e, por vezes, ao rejeitá-lo o pregamos em uma cruz. Não somente dia 25 de dezembro, mas todos os dias de nossas vidas, enquanto vivermos, ou melhor, enquanto existirmos, sejamos capazes de revelar o nosso amor às pessoas que amamos, pois elas que nos permitem existir. Deus-amor cria, então pelo amor destas pessoas é que nós existimos! Lógica!

Reforço meus laços de amizade e amor para com todos vocês meus amigos, estes laços que reforcei tanto que se tornaram cegos, para que permaneçam intactos, inatingíveis. Amo vocês!

21/12/2011

ARVORECER


Arvorecer

Florescer a relva
dentro de mim,
brotando na tenra selva
um afeto sem fim.

Consternado na história
atravesso vales e rios
em minha memória,
completando-me de vazios.

Todo o tempo transcrito
em meus caminhos
tornou-se perdido
sem os seus carinhos.

Com a união dos nossos corações
Desconheci o que é o tempo,
acalentando as emoções
eternizando cada momento.

Só você faz o meu coração
palpitar sempre mais veloz,
utilizando a emoção
e o encanto da sua voz...

Você, como se fosse ar
sem o qual não posso viver,
em seus lábios poder encerrar
o eterno brilho do amanhecer.

Assim demonstro, eis a minha sina,
O amor,  eternamente a dizê-lo
Pelo desejo desta simples rima:
com você a meu lado poder vivê-lo.

26/11/2011

ASCENSÃO CELESTIAL


 ASCENSÃO CELESTIAL
 

I
Este poema, eu dedico
em modelo de cordel
para a mais bela menina
tradutora do meu céu.
Os seus beijos de encanto
envolvem-me como manto
no doce sabor do mel.


II
Com toda sua plenitude
desvela ampla leveza
em um gesto de ternura,
em carinho e gentileza,
seja pelo bom olhar
ou por seu doce falar,
revela toda beleza.


III
Desde criança a procuro,
jamais desviei do seu olhar,
acolhendo seu aconchego
a paz eu posso abraçar!
Em tamanha singeleza,
vivendo toda certeza,
entrego-me para amar.


IV
Logo cedo chega a estrela
que a santa manhã anuncia,
puro e encantador sorriso,
que me eterniza a alegria.
Bom amor, em meu ser mora
em nós hoje, sem demora,
resplandecendo o bom dia.


V
Sempre a noite logo chega,
advindo a mais bela lua,
que perfaz pleno esplendor,
não há ninguém que a possua
transcende a apreciação,
formosura esta, que não
se iguala à ternura sua,


VI
A eternidade: seu olhar,
que me enfeita o coração
com seus gestos inefáveis,
enfatizando a emoção
com carinho e com afeto,
guia-me no caminho reto
seguindo como canção,


VII
Meu pensamento, você,
provoca doce paixão.
Estabelecer o encanto,
dominar minha razão.
Olhos belos cintilando,
o meu coração encantando,
em minh'alma, sensação.

BRISA


BRISA

Ó Vento que sopra lá fora,
Trazendo-me tormento.
Severamente levou meu amor,
ressoando aqui dentro.

Traz, ó brisa, sutilmente,
A eternidade ao meu coração,
Aquecendo em mim a chama,
Trazendo-me ascensão.

Invocá-la pelo nome,
Sussurrar entre gritos,
Rogar ao ar sua presença
Trazendo-me somente ventos.

Ares que desconstroem
O meu orgulho e soberba.
Não és minha, mas sou seu,
Enfeitando-a de beleza.

Não me restando mais nada,
pois tudo a você pertence:
o amor, o olhar, os sonhos...
são-lhe devidos: o meu presente.

04/11/2011

COMPLETUDE

Completude


Eu amo você!
Primeiras palavras a lhe dizer.

Os nossos sonhos, unindo.
Meu coração sorrindo.

Com a paz que só você me traz,
Todo medo se desfaz.

Vivendo, sorrindo
Na eternidade o amor sentindo...

25/10/2011

CELESTIAL

Celestial

À menina mais bela,
Dedico a pureza do céu
Que com grande amor,
Tem o sabor do mais puro mel!

Amor como este,
Jamais encontrei.
No verter do seu olhar
O brilho que sempre procurei!

Todos buscam um “caus-a-dor”
Para nele lamentar
Precipitando seus medos
Para novamente amar!

Pela busca de sentido,
Que em contingência,
No seu suave beijo
Encontro a vivência!

Do meu eterno amor,
Com quem procuro estar,
Pois em seus braços
A paz eu posso saborear!

14/10/2011

ETERNIDADE

ETERNIDADE


Seu olhar é o mais doce,
E mesmo que não o fosse,
Dilacera, como uma foice,
A acomodação do medo de amar..

A partir daquele momento
Posso novamente voar
Estando no seu amor a eternidade,
Com seu olhar, na felicidade estar...

Na eternidade lhe busquei
Mas em nada consegui
Tão logo lhe achei
Desde então voltei a sorrir...

Com toda a singeleza
De um eterno olhar,
Encontrei a beleza
Que hoje posso contemplar...

Obedecer a lei do coração,
Ele nos mostra o verdadeiro agir.
Enfrentar os nossos medos,
Sempre em frente seguir...

Já trazes tamanha beleza,
Emanando o mais doce sabor,
Somente em você trago a certeza
De ser todo seu pelo amor...

10/09/2011

Cumprir a sentença...

Ontem de manhã detive-me na leitura do Auto da Compadecida do saudoso Prof. Ariano Suassuna, no decorrer da obra ele afirma: "Cumpriu sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável...". Esta expressão é postada duas vezes, tamanha a sua importância. Ressalta-se também que a João Grilo quando morto tal é entoada, só que este personagem retorna, ou seja, nem a morte é irremediável. Vivamos, pois! Saibamos morrer para os nossos vícios, nossos orgulhos, nossos medos, a tudo aquilo que nos afasta das pessoas que amamos, mas não nos esqueçamos de nascer! Beijo para quem é de beijo e abraço para quem é de abraço!

29/08/2011

Contemplação


Contemplação

Quanta beleza e leveza trazes tu!
Unida a algo que perfaz
A liberdade doravante perseguida,
Imagem divina ascendida.

A eternidade, a ti não basta,
Nada de fugaz impede a batalha.
A vitória que, ainda distante, permanece.
Sinais que se revelam em uma prece.

Ilíada constante somente teu sonho traz.
Linda, não por atributos, pela simplicidade se faz.
Veemente em inefável sentimento
Eivados por um olhar atento.

Inaudito por um coração turbulento
Raios, estrelas, sol e luar
Agonizam por não a ti contemplar...

Tais sentimentos são cordiais,
À amante dos belos e sinceros ideais.

19/08/2011

Sensação

Sensação


“Quando os olhos fitam,
Os corações palpitam.
É sinal de amor.”

O mais belo mar
Não consegue igualar
Seu sorriso encantador.

O olhar traz leveza,
Pois traduz a beleza
Simples da flor.

No coração, a lembrança
Fazendo ser criança
Da felicidade, semeador.

O silêncio e a saudade
Desvelam a sinceridade
Do ser sonhador.

20/07/2011

CONJURAÇÃO: AMAR!


CONJURAÇÃO: AMAR!


A razão, aspecto humano de Deus, revela-se por meio da ordem e da precaução, encontra os erros nas instâncias mais delicadas. Deus criou o mundo organizado, pois sabia que esta seria a única forma do homem compreendê-lo e compreender-se. O pensamento que é capaz de convencer por palavras ou gestos, contudo gerou e continua a gerar monstros, enfatiza-se pelo ato controlador das pessoas por se deixar levar por belos discursos e demonstrações de carinho e afeto tão comumente exigidos por outrem, outrora organizados e impelidos para que todos façam a mesma coisa, favorecendo o esquecimento, por vezes, de si mesmo. Vejamos quantos presentes são dados apenas pelo simples fato de ser comemorando uma data festiva, mesmo que as pessoas não tenham esta significância, mas por conveniência e acomodação continuamos sendo manipulamos e não agindo por nossa própria consciência, pois outros pensaram e impulsionaram que nós o fizéssemos hoje. Perdemos o real sentido do natal, do dia dos namorados, dia das mães, racionalizamos, construímos máquinas, construímos nós mesmos para simplesmente nos curvarmos e não sentirmos. Desta forma, a razão é utilizada para controlar as pessoas, retirando-as o único aspecto de compreensão que possui, esta que ocasiona tanto sofrer e perturbação ao ser humano.
O amor, a antítese da razão, característica divina do ser humano, negador de todos os seus aspectos da ordem manipuladora desta. O amor não é destruidor ou caótico, mas mecanismo de conversão capaz de retirar-nos da acomodação e da ação por conveniência. O amor não nos exige somente a consciência, mas nos exige por inteiro... sentimento, nome, sinônimo de Deus, um ser conjurador que traz uma nova visão, eliminando os preconceitos, os medos, em prol de uma nova ordem, esta ainda almejada, pois somente aqueles que realmente experimentam este “estar” é que o conhecem e, por meio deste conhecer, é que são livres. Livres para amar. Uma lei que refuta o que outrora fora ordenado, uma lei nova que somente coabita nos corações que não sofrem imposição de qualquer outra norma: preconceitos, egoísmos, orgulho, soberba... O amor é movido pela simplicidade, você se sente feliz tão somente por um olhar ou por um sorriso que desvelam o que há de mais puro no coração...
Qual seria a síntese? Derivada da relação contraditória do amor e da razão, do Eros e Psiqué? A ação derivada destes pensamentos é o ato de amar... Somente o amar pode ter a íntima relação entre o amor e a razão. O amor, substantivo, traz a substância que nos impulsiona à pessoa, nunca é escolha, mas é ocasionado; a razão nos faz observar a pessoa amada com suas virtudes e defeitos, o amor nos aproxima, faz-nos perceber a beleza existente mesmo com as limitações e fraquezas... O amar vai além com o seu nome, pois é diretamente transgressor de toda a ordem vigente, o amar é derivado da união racional do juramento de dois seres pelo amor, sejam os relacionamentos humanos ou do homem consigo mesmo ou com Deus... Expurgando toda divisão existente na própria humanidade. Desta relação existente é que podemos alcançar a felicidade, o único meio, caminho, via é a relação das pessoas, sejam entre si ou consigo mesma ou com Deus é que podemos alcançar a felicidade, pois esta não é algo individual ou isolada, mas coletiva. O amar, não exigente, mas exigido, necessário ao ser humano e até mesmo à divindade. Como diria o bom S. Agostinho: “Ama, e faze o que quiseres!”

27/05/2011

SINCRONIA

SINCRONIA


A cada momento do dia uma nova esperança

de estar contigo, emergir uma dança.

Do amor, o lindo poema feliz

enxergando a inefável canção que tudo diz.


Amo um sonho jamais avistado.

No silêncio, estava eu a pensar

com o desejo não revelado:

o de cair nos braços do mar.


Do amor é o maior perigo

quando não experimentado

pelos apaixonados, afastado,

e ao amado, concatenado.


Não há um "quê", senão ousar.

Ousar perder, ousar ganhar.

Como no labirinto do desencontro

Ousar mais uma vez amar.

AMOR, A-MAR

AMOR, A-MAR


Nunca mais um olhar perdido darei,

de encontro ao seu sempre estará...


Como címbalo sonoro ouvirei

o único sussurro que enaltece o amar...


Em sonhar navegante sempre estive

velejante procurando encontrar...


A escolha efetiva absurda:

nenhuma razão, somente seu olhar...

SINESTESIA CASUAL

SINESTESIA CASUAL

Pelo desejo de um sabor

Em um voo na liberdade

Onde desejamos modificar

A utópica imagem da realidade


Querendo, mas não impondo:

A iminência de me permitir amar.

Valorizando a incerteza do momento

Para viver a eternidade sem tormento


Avistei um antigo som

Ou um gosto, nem bem sei,

Presenteou-me com o passado.

Na ausência do certo, mas nada pensei.


No toque sinestésico do acaso

Do anseio escondido no incerto

Pergunta-se: Há sentido na vida?

Se os sentidos levam ao engano.


Simplesmente no agir por amor

Uma vida livre como uma flor

Sendo levado por cada momento,

Um caso, pelo acaso, perdido no tempo.

ODISSÉIA

ODISSÉIA

Necessitamos buscar objetivos,
finalidades que talvez não se realizem.
Será isso sofrer prematuramente?
Justificar um presente não existente...

Vejo a lua querendo aparecer a mim,
e eu desejando que ela se desvelasse.
Nela se mostrando todo o esplendor
em um dia em que fui vencido pela dor...

Sozinho com minhas divagações,
a respeito daquele momento,
senti medo, medo do nada, do acaso.
no instante em que deixei-me ser guiado...

Já não mais havia estrelas para me guiar.
Existia somente dor, escuridão, trevas.
Assim me sentia cada vez mais só e abatido.
A cada instante que não havia decidido...

Por esperar o melhor momento,
Deixamos de agir, de seguir o caminho.
Escolhemos antecipadamente o silêncio
A ausência de uma palavra no tempo...

Mas por quê o medo de agir?
Qual o fruto de nossas ações?
O medo de fracassar, já não é uma derrota?
Deve-se seguir sem pensar em uma rota...

Resolvi me decidir, sem medo de agir.
Obedecer o coração é a melhor escolha.
Olhos naufragantes que lhe engrandecem
Mostram o meu amor e lhe perseguem...

Um naufrágio nunca antes encontrado,
Pois o viajante continua perseguindo
em busca de um acaso que se mostre constante
Para viver cada momento, cada instante...

Amar a vida, os amigos é o que possuo.
Aproveitar cada momento, pois é único.
Desvelando meu amor por cada ser,
Com suas individualidades jamais esquecer...

Vou seguindo, vou amando, vou vivendo
Na alegria contando com a presença
Do estar amando simplesmente por amar.
Somente desta forma, acharei meu lugar...

PERDÃO...

PERDÃO...

Pelos momentos

Que não soube

Lhe acolher

Quando precisou...


Pelo medo

Que diante de ti

Me consome

e me acorvadou...


Pela vaidade

de não querer errar

e o orgulho

que me enganou...


Pelas frases,

Que malditas,

Sem querer

Lhe desanimou...


Pelas vezes

Que lhe cobrei

Exaustivamente

E você me amou...

FRUTO

FRUTO


Sonhei, não sei se ontem ou hoje, mas sonhei. Uma utopia durante a incerteza do momento que se faz eterna em minha vida. Nestes momentos avistei meu futuro pelo passado, o sonho de um hoje na história que se fez presente pelo acaso. Novamente avistei sua face... se fazia presente a meu lado, assim como estivera em toda minha vida, até mesmo quando ausente... Mas não revi momentos, nem palavras, nem gestos, havia somente um belo campo pronto para ser trabalhado.

A princípio estranhei tal encenação, pois estava vazia, sofria da ausência de vida, de simplicidade, estava solitário. Aos poucos fora ficando belo, os ainda minúsculos sinais verdes de esperança das plantas começavam a rasgar aquele chão vermelho de terra até então a-batida. São plantas de várias espécies, nenhuma possui verossimilhança com a que está a seu lado, mesmo que saíssem da mesma região, sendo assim, pude notar a beleza da diversidade, cada parte do todo que forma o arado, sendo valorizada em sua individualidade e o todo sendo amado por suas partes.

O sol, que raiava, demonstrava esplendor naquele momento tão belo, mas não poderia ser egoísta ao ponto de almejar que lá ele permanecesse eternamente, pois se assim o fosse, logo as plantas secariam juntamente com a terra, se tornariam seres infrutíferos e logo morreriam... tão logo percebi a necessidade das chuvas, para que elas molhassem o campo, a vegetação, até mesmo a presença de seus raios triunfantes e seus trovões estrondosos para que juntamente com as gotas d'água que caem façam com que a vegetação torne-se rasteira, con-fundindo-se com a terra que agora tornara-se barro. Contudo, após estes momentos de dificuldade, tão logo a natureza volta a erguer-se e apreciam mais uma vez o sol, que a fascina, sendo que agora estão mais seguras, firmes neste solo, neste chão. Levantando-se o mais alto que podem para contemplar o tão fabuloso astro, que fornece vida; preparando-se cotidianamente para uma nova tempestade que volte a se apresentar, mas o Sol logo nasce, requer somente que estejam prontas para vê-lo.

Você se apresenta justamente nestes momentos de minha vida. Sabe me acolher, compreender e respeitar mesmo que nada diga ou manifeste; não sei como, mas sabe o exato momento de se manifestar. Nestes momentos em que os primeiros raios de sol começam a surgir em nossa face, devemos sempre estar dispostos em ajudar a arar o campo utilizando-se corretamente das ferramentas para acalmar o inquieto coração e fazer perceber o único valor importante: o verdadeiro amor; falo em verdadeiro, mas caio em redundância, pois sendo amor, já implica sua validade, mesmo que o coração não implique uma logicidade da vida, nem das palavras. Somente com você consigo ser quem realmente sou – sem atributos nem predicados – não há mais a existência de um eu, mas sim de nós, nesta possibilidade em que somos simplesmente nós mesmos e devemos amar e ser amados por isto. Somente do lado das pessoas que amamos conseguimos ser a simplicidade do humano... esquecemos o passado e o futuro, as dores e sofrimentos; esquecemos até mesmo o presente... Apenas sabemos que devemos viver e aproveitar cada instante e que este seja eterno em nossas vidas para tão logo vermos novamente o nascer do Sol...

SONHO DE JARDIM

SONHO DE JARDIM


Senti saudade de você. Lembrei-me dos bons momentos que passamos juntos. Passeávamos, pensávamos, cantávamos, sempre nós. Pessoas diferentes em um mundo tão comum... com o coração batendo aflito, aprisionado diante da incapacidade de me fazer diferente. Angústia, desespero pelo ato de esperar o incerto, o improvável: esperar um olhar correspondido, um beijo compartilhado. Na incerteza diante das decisões, temos nossos motivos para a escolha... arriscaremos lutar pelo que acreditamos ou escolheremos a opção menos dolorosa? Podemos, no entanto, escolher a menos dolorosa evitando sofrer, e, desta forma, estarmos sempre em fuga – fuga de nós mesmos. Como também, podemos obedecer o caminho que nosso coração indicar, este que só podemos traçar juntos, contudo, sei o único objetivo que ele nos apresenta: ser feliz.

A vida é feita de possibilidades, alternativas que não sabemos ao certo qual o melhor caminho a seguir. Sendo limitados por nossas fraquezas que nos exasperam a um único horizonte possível, onde seremos marcados pela eterna dúvida que nos desanima diante da impossibilidade do tentar. Mas por quê não tentar? Medo de não imaginar o inimaginável ou querer o impossível... tentativas são escolhas; escolhas, decisões... dentro de um mundo, onde a racionalidade invade o sentimento, onde belos poemas são objetos de orgulho para seu autor, onde o revelar o amor, cai em decadência, mas jamais deixei de revelá-lo a você.

Na busca do incerto, na eterna esperança de quem não me deixou razão para esperar, prefiro sonhar... contudo, um sonhar eterno como o de Ulisses que não descansou até chegar a Penélope, um sonho de edificação do nosso jardim onde caminhamos finalmente juntos. Tendo você a meu lado e eu sendo teu, cada vez mais notando seu olhar e seu sorriso. Sendo apenas nós mesmos, sendo duas crianças. Crianças que, simplesmente, obedecem o coração sem medo de errar; dando-se as mãos imaginando uma ciranda; cantando, mesmo que desafinados... sentindo-se, acima de tudo, livres; livres para amar.

LUA, A GRAVIDADE DO AMOR

LUA, A GRAVIDADE DO AMOR

Será que é normal se perguntar o motivo da lua sempre nos fascinar? Somos vítimas de poetas inspirados ou de sua encantadora beleza? Será que este fascínio também se assemelha a nós? Porque possuímos, como a lua, “fases”.

A física vem explicar-nos que, quando este “satélite” aproxima-se da terra, a relação de incidência gravitacional ocasiona um aumento da intensidade das ondas marítimas. Importante ressaltar que, a água é o elemento que dá a vida e é a que mais sofre alterações com o relacionamento destes corpos.

Lua, que tanto inspirou os amantes. Estes que em suas fases debruçam-se sobre a transcendência lunar. A aproximação destes dois corpos, o ser amante e o ser amado, o reflete no elemento que dele transborda vida, alegria, paz: o amor.

O amor intensifica a atração entre os amados. Para que possa existir esta realidade gravitacional, a realidade de atração, requer que ambos sejam amados; visto que não existe amante de um só. Tão pouco, pode-se cobrar uma intrínseca atração entre seres semelhantes, pois há a exigência natural que ambos sejam diferentes, a fim de que possam completar-se mutuamente. Este complemento ocorre por meio da doação. Um deve doar-se ao outro, para a felicidade do outro.

Tantos poetas, tantas leis, teorias que tentam apenas limitar o que poderia simbolizar a lua, que torna-se uma expressão de amor.

REENCONTRO

REENCONTRO


Chegado o momento do adeus, na tentativa de dizer-lhe o que guardara desde o primeiro momento que a vi. Tive medo de minhas frases, que poderiam soar como ofensivas para você, tão logo, resolvi calar-me. Com sua partida foram-se minhas palavras que se retiravam em sussurro. As palavras que quase em silêncio se iam embora, as mesmas que havia treinado intensamente, para o momento certo, mas que foram ditas quase que em silêncio com o seu adeus.

Você se foi, mas quem era eu sem você? Um alguém sem sentido. Um alguém que vive no mais completo absurdo, pois acabara de perder o que havia de mais precioso em minha vida e, nem ao menos tentei revelar aquele sentimento que por vezes se impulsionava em atos, mas que você jamais percebera. Achei que havia lhe traído por não haver lhe revelado o que realmente sentia.

Mas, conforme minha saudade aumentava, mais sentia necessidade de lhe esquecer para que meu sofrimento se extinguisse. Este sinal de fraqueza foi o que havia de pensado o mais urgente possível. Deste modo, haveria de tirar de minhas lembranças os momentos que caminhávamos juntos e eu ouvia intensamente o cantar dos pássaros, estes que por vezes me impediam de falar, de lhe revelar o que realmente sentia por você.

Tentei lhe esquecer, mas nestes momentos você me aparecia mais apaixonante! Nestes momentos que me lembrava de seus atos para comigo e que me deixavam de modo tranqüilizado, mesmo diante das loucuras e tormentos do dia-a-dia. Eu me reencontrava com você, portanto, havia encontrado novamente a minha razão, pelo menos em lembranças. Com você, mesmo apenas no imaginário, novamente contemplo sua beleza que jamais teria coragem de abandonar, tendo-a assim sempre a meu lado.

SILÊNCIO

SILÊNCIO

Quantas vezes, em diversos momentos, lhe dirigi meias palavras, frases incompletas, que entram em contradição pelo simples fato de não saber me expressar. Ao me deparar com seu olhar instável, procuro compreendê-lo, pois não sei se irá tratar-se de admiração pelas palavras assustadoras que foram ditas, as quais eram movidas por um sentimento inefável.
Ao perceber o avanço da indecisão, porém, esta que poderá ser entendida ao sentimento que sinto ou a você. Pois bem, digo, a você, pois não saberia como você poderia interpretar tais palavras que possivelmente encerrariam este momento.
Eu te amo. Mas digo-lhe ainda indeciso, já que sua interpretação irá depender de suas experiências. Ao afirma-lhe meu amor percebo espanto em sua face, gestos, ao certo nunca saberei nunca saberei a forma que você aderiu àquela frase que apenas limita o q sinto por você.
O amor, dependendo do seu entendimento, poderá passar a ser um sentimento interesseiro, o qual busca apenas o bem próprio. Se desta forma for interpretado, desculpe-me. Uma vez que minha atitude para com tão precioso sentimento espelharia não um problema, que exigiria resposta. Mas a resposta para os problemas.
Não posso expressar meus sentimentos por palavras, pois assim o direcionarei à limitação, posso apenas experimentá-lo. Mas fico inquieto por lhe ver e nada fazer, não possuir a audácia de tentar lhe fazer sorrir. Seu sorriso, seu sorriso me inspira contradição. Gera em mim, medo e coragem, dor e alegria, inquietação e calmaria. Sentimentos que acho que para você são imperceptíveis, pois me passo por ridículo ao tentar fazê-la sorrir.
Não direi mais que te amo, pois o medo me aflige. Não falarei, deixarei apenas que o silêncio e que ele possa fazer com que você um dia possa perceber meu amor...

08/03/2011

EU-NÃO-ESTOU

EU-NÃO-ESTOU

Um Poeta da similitude
Que se desassocia amiúde
Da inclinação alienante
Das virtudes, não obstante,
Cardeais elas não são;
Pois vêm do coração.

Aspectos cordiais na sensação.
Que tornam o Poeta causa-dor
De tudo o que não é.
Por um minuto sensato,
Tempo este demasiado
Para se perder a fé.

De esperança transbordante
No coração apaixonante.
Em cada momento,
Sem resguardar à Razão
O único sentido da vida:
Amar com o coração

Nesta dialética efusiva
Que tudo desconstrói,
No entanto, o Amor edifica
Uma prática expressiva
De consciência inerente
à pessoa que sente.

07/03/2011

VI-A VIDA

VI-A VIDA

Ontem não sei se hoje, mas tive um sonho,
Sonhei algo mais que uma fantasia
Aproximava-se da realidade de uma amizade
Não sei se iludida, mas estava se confundia.

Confundiam-se estágios de ânsia e alegria
Mostrando-me diversos caminhos:
O Bom, o Necessário e o Melhor.
Retalhos que deveriam ser movidos.

Gostaria, com todo meu amor,
Com todo meu intento
Demonstrar nessas mal escritas linhas
Todo o meu alento.

Os caminhos nunca são iguais,
Depende de cada pessoa
Em momentos distintos
Arrogados, por vezes, à toa.

O Bom Caminho era belo,
Entretanto, meus olhos reparam defeitos,
Em histórias esparsas em retalhos
Observando as mazelas de nós mesmos.

Todas as pessoas se voltavam a ele,
Mas preferi discordar e acordar
A não ser mais um na multidão
E não seguir caminho para me libertar.

O Melhor Caminho chama atenção,
Pois é movido pela certeza,
Elevando-nos a um lugar em que gostaríamos de ir,
Porém perde toda a beleza.

A certeza faz com que percamos a vontade
De descobrir, de criar, de valorizar,
Sendo pequenas marionetes
Do nosso desejo de sempre continuar.

Preferi seguir o último, o da Necessidade.
Não sei se verdadeiro, porém continuo a duvidar
E duvidando não vejo seus problemas,
Sempre me vem como algo novo a fascinar.

Assim nossa vida é movida, por estágios,
Etapas que se tornam possibilidade,
Um caminho escolhido não retrocede
Mas nos eleva às nossa liberdade.

Liberdade exige responsabilidade,
Responsabilidade, consciência e não certeza.
Caminho que leva a um incerto objetivo:
À inefabilidade do Amor e da Beleza.