Onde está o nosso coração?
A caminhada da humanidade
confunde-se com os projetos divinos. Até quando nos afastamos da Sua Vontade,
encontramos vias de retorno e conversão. Nos momentos de atordoamento e confusão
é muito difícil nós visualizarmos o amor presente em nossa vida. Se torna
inviável observar o próprio ser humano com suas qualidades, por isso talvez nos
foquemos mais em seus defeitos. Nós traduzimos em pensamento aquilo que
trazemos em nosso coração. S. Agostinho afirma: “Ninguém é capaz de visualizar
Deus sem paz interior”, a paz é a presença do amor, a harmonia em nossa vida.
Na parábola do “Bom Samaritano”
Cristo nos traz uma “reviravolta humanística”, enquanto muitos pensavam que o “próximo”
seria aquele que estivesse ao nosso lado, Ele revela que “o próximo” somos nós
em nossa capacidade de termos misericórdia, ou seja, levar o nosso coração ao coração
do sofredor. Estar com ele, compreendê-lo, amá-lo, mesmo diante do sofrimento,
diante de suas fraquezas.
Diante destes fatos sugiro uma
pergunta: “onde se encontra o nosso coração?” Encontra-se envaidecido com medo
de se revelar, ou está sendo acobertado pelo ódio ou insegurança? Nossas ações
não devem ser guiadas tão somente tendo por relevância os fatos passados, os
erros cometidos, mas devemos ter coragem em arriscar, ousar sermos diferentes.
O poeta Manoel de Barros diz: “Quem anda no trilho é trem de ferro, sou água
que corre entre pedras: liberdade caça jeito”. Somos livres quando arriscamos
amar, e o amor não se encontra escondido, mas deve ser revelado. O nosso
coração deve transparecer Deus, deve ser revelador do amor. Para isso, não são
necessárias palavras bonitas, mas um gesto, um “bom dia”. Através destes atos
singelos e simplórios encontramos o eterno.
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