Páginas

28/02/2013

Luar


Luar

Hoje a lua está vivaz,
invejosa, pois não se satisfaz
com os encantos do seu olhar
que vem me acalentar


ela jamais será capaz
de nenhuma forma apraz
em igualar ao seu olhar
que me eleva ao amar

o coração reconhece a beleza,
que se desvela na sua leveza
trazendo encanto e emoção
alegrando meu coração...

27/02/2013

DESVELAR


Desvelar

Quero apenas descobrir
o encanto que você traz
ao elevar meu olhar,
que no amor perfaz.

Nem a conheço bem
neste caminho incerto,
mas eu me alegro
sentindo você por perto.

De onde veio, o que faz?
Interroga meu coração,
compreendo que tal beleza
é obra divina da criação.

O olhar mais encantador,
jamais apreciei igual,
o sorriso iluminador
torna a felicidade natural.

22/02/2013

Oração, filosofia e literatura para mim sempre andam juntas. Horácio Dídimo certa vez em uma conferência alertou: "uma poesia bem feita, mesmo sendo de um ateu, mas ela tem a capacidade de nos levar a Deus". Não devemos pensar Deus enquanto um ser obscuro, que está afastado do ser humano e de toda a sua criação. Deus está presente nas coisas mais simples, o desvelamento dEle podemos perceber com o despertar de uma flor ou pelo cantar de pássaros... O ser humano também pode ser sinal de Deus, quando o sente e se deixa envolver, tal como diria o mestre S. Agostinho: "Seduziste-me, Senhor, e eu me deixei seduzir".
Demonstramos a nossa capacidade de nos aproximamos de Deus, do amor, quando aprendemos a conviver com o outro, com o diferente, aprendemos, inclusive, a conviver e a superar nossos medos e defeitos. Cristo nos ensinou a amar incondicionalmente, o amor procede do conhecimento, advindo juntamente com ele o perdão. Devemos perdoar não pelo motivo de ser imposto, mas por que temos realmente consciência de nossa condição humana, imperfeita? Sim, caso contrário Deus criaria a Si mesmo. Mas o ser humano traz em si este amor, e por ele deve orientar sua vida, amando, respeitando, acolhendo e, sobretudo, perdoando, inclusive a si mesmo.
Dostoiévski antes de morrer, mesmo diante das dúvidas existentes sobre a vida, sobre a eternidade, ousou aclamar: "Se alguém me provar que o Cristo está fora da verdade e que esta não se acha n'Ele, prefiro ficar com o Cristo a ficar com a verdade."
A reflexão sobre a vida perpassa a existência, podemos refletir em vários momentos do nosso quotidiano, enaltecendo as belezas, se ressentindo com as tristezas passadas e que se apresentam com cada vez mais frequência... A vida nos ensina a encarar o medo, a dar a “cara a tabefe”, somente assim podemos conseguir algo, enfrentando nossos medos, desafiando nossos limites. Nos desafios que são impostos pelos estudos, pelo trabalho pela própria massificação imposta pela sociedade, mas não devemos desanimar, como também arcar com as consequências provenientes dos atos. Quem dá a “cara a tabefe” pode apanhar, mesmo que sofra golpes de esquerda e direita, cruzados que deslocam e esmagam a maxila, mas nessas dores deve se mostrar forte e lutar! Sinal que vivemos, sinal que existimos!

A humanidade pode ser comparada ao mar, em que a água avança sobre a praia que tenta esmagá-la diuturnamente, mas continua avançando e, no retorno, retira da praia areia para que possa avançar. Contudo, o mar se mostra sempre forte, mesmo com as dores e sofrimentos. O ser humano também pode ser uma pedra que, estática, recebe golpes violentos do mar, perdendo sua essência, deixando-se dominar, não podendo avançar, mas somente retrocedendo pelas “pancadas da vida”... Algumas pessoas tornam-se mares, profundos e desejosos; mas outras são pedras, frias e insensíveis, inclusive consigo mesmas.

O que nos torna especiais é a capacidade de enfrentarmos quem somos ou queremos ser, tornando-nos cada vez melhores, não melhores que os outros, mas do que éramos. Enfrentar o sofrimento, a dor, sempre olhando em frente, sem medo de ser feliz! Como diria no filme Batman: “Por quê caímos? Para aprendermos a levantar!”... Termino com reticências, pois elas devem se eternizar na nossa vida, um eterno continuar, não um ponto final, em que terminam-se as histórias e deixamos de lutar...
Havia me afastado por pensar que de tudo sabia. O orgulho me fez ficar cada vez mais longe, a procurá-lo nas vias mais distantes, mas quando estava afastado a doce brisa gritou em meu ouvido, fazendo com que eu escutasse e visualizasse em meus sonhos teu mais lindo desejo, o teu pensamento que, desde o alento materno, trouxe-me alegria. Hoje, renovo meu compromisso de amor, oração e estudos. Amar a todos aqueles que merecem ser amados, a todos que me fazem falta, mesmo na presença, pois sei que logo estaremos longe. Orar a Deus-Pai-Amor, por ter me possibilitado uma vida tão agradável e por permitir ter pessoas tão importantes em minha vida: família, amigos, professores, pois vocês são os melhores que alguém poderia sonhar. Estudar, sobretudo aquilo que me faz amar. Conforme disse hoje, não sou modesto, pois como sê-lo se sempre tive os melhores ao meu lado... Obrigado a todos que fazem parte da minha vida. Amo com toda a força que meu coração pode (e consegue) manifestar...

12/02/2013

FURTA FLOR

Furta Flor

Quanta paz e calmaria
traz a natureza ao dia.

Depois de transcorrido o tempo,
aprende-se a valorizar cada momento.

Para a vida compreender,
basta o coração renascer.

A criação anuncia o viver
para a harmonia crescer.

O viver é feito de caminhos,
que não são percorridos sozinhos.

Todos os encantos nos traz a vida
para curarmos qualquer ferida.

Enalteço a beleza das flores,
que apesar de tudo não têm dores.

Dores de serem desprezadas,
Pois, pela eternidade, são enfeitadas.

Há uma flor que me chamou a atenção
entre todas do caminho, encheu-me o coração

da felicidade em poder existir
à inquietude do eterno sentir.

Não somente a cor a diferencia,
mas o que trouxe ao meu ser: a alegria.

Furtei aquela flor do caminho em adoração
e a trouxe o mais próximo do meu coração.

02/02/2013

ETERNIZAR


Eternizar

Nestes dias fui levado às interrogações a respeito do tempo. Quanto tempo levaria uma folha para cair de uma árvore? Quanto tempo levam as nuvens para conjugar as belas formas que apreciamos? Quanto tempo se leva para o perdão? E o coração, para as feridas curar? Inquietações que se fazem constantes. Cada momento é próprio, único. Não retorna! Que graça teria, afinal, realizar repetitivamente as mesmas coisas que nos fazem bem? Nos foi ofertado apenas uma oportunidade para a felicidade, este momento chama-se hoje. Não é possível tentar amar a felicidade passada, pois nos fecharíamos cada vez mais; como também uma improvável e incerta felicidade futura. O hoje da nossa história é requerido para a felicidade. Imagine que, caso o momento passado propiciador de felicidade fosse repetido, possivelmente não viveríamos, nem sentiríamos na mesma constância, tornando um momento tão belo, rebaixando-o à efemeridade.

Qual realmente seria o tempo para o sujeito curar-se dos seus próprios medos? Alguns contam dias, semanas, para outros nem a eternidade é o bastante, levando o fardo de ter uma vida limitada, sem poder amar a si mesmo. Goethe na obra “Os sofrimentos do Jovem Werther” afirma: “A alegria não está nos outros, mas em nós mesmos!”. O enfoque é no ser humano que pensa e sente, o ponto crucial é, sobretudo, no 'EU'; partindo deste a cura do seu próprio coração, afirmando a vida e a existência...

A depender do momento, a dor retorna e dilacera o coração, relembra o que nunca foi esquecido, fazendo ver que tudo foi em vão. O que nos torna humanos é a capacidade de lidar com esta dor. Podemos agir de duas formas: negando a nossa humanidade e agindo feito bovinos, ruminando as mazelas ao entardecer; ou como um autêntico ser que ama, entregando-se à edificação de uma pessoa melhor, sendo capaz de abrir seu coração para o próximo. Compreendendo que é necessário despedaçar seu coração, para que ele possa acolher uma vida nova sem medos! Cada momento na vida é o bastante para a esperança brilhar, no coração de quem ama fazer suspirar os mais belos sentimentos de paz, não importa o tempo que se possa levar.

As lembranças do eterno se fazem nos instantes mais simples e significativos, podem ocorrer durante uma apreciação das nuvens, em que dançam a valsa em perfeita harmonia com o ar, gerando contornos de esculturas, que somente a perfeição da natureza é capaz de trazer. Acaso não seria isto perfeito? Ver a mais correta harmonia, em que um se entrega ao outro, sem anseios do que possam falar. O que mais me toca é saber que o belo, tão procurado, sempre esteve lá, sempre esteve em mim, está na humanidade, mas não queremos senti-lo pelo medo de nos entregarmos à mesma emoção emanada na infância, de um abraço carinhoso de quem se ama.