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22/02/2013

Oração, filosofia e literatura para mim sempre andam juntas. Horácio Dídimo certa vez em uma conferência alertou: "uma poesia bem feita, mesmo sendo de um ateu, mas ela tem a capacidade de nos levar a Deus". Não devemos pensar Deus enquanto um ser obscuro, que está afastado do ser humano e de toda a sua criação. Deus está presente nas coisas mais simples, o desvelamento dEle podemos perceber com o despertar de uma flor ou pelo cantar de pássaros... O ser humano também pode ser sinal de Deus, quando o sente e se deixa envolver, tal como diria o mestre S. Agostinho: "Seduziste-me, Senhor, e eu me deixei seduzir".
Demonstramos a nossa capacidade de nos aproximamos de Deus, do amor, quando aprendemos a conviver com o outro, com o diferente, aprendemos, inclusive, a conviver e a superar nossos medos e defeitos. Cristo nos ensinou a amar incondicionalmente, o amor procede do conhecimento, advindo juntamente com ele o perdão. Devemos perdoar não pelo motivo de ser imposto, mas por que temos realmente consciência de nossa condição humana, imperfeita? Sim, caso contrário Deus criaria a Si mesmo. Mas o ser humano traz em si este amor, e por ele deve orientar sua vida, amando, respeitando, acolhendo e, sobretudo, perdoando, inclusive a si mesmo.
Dostoiévski antes de morrer, mesmo diante das dúvidas existentes sobre a vida, sobre a eternidade, ousou aclamar: "Se alguém me provar que o Cristo está fora da verdade e que esta não se acha n'Ele, prefiro ficar com o Cristo a ficar com a verdade."

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